Page 235 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I
Observa-se hiperecogenicidade, heterogenicidade e espessamento do tecido subcutâneo decorrentes
da infiltração fluida e celular do componente estromal dos lóbulos gordurosos da hipoderme.
Dilatação dos coletores linfáticos do arcabouço fibroso
Com a dilatação progressiva dos coletores linfáticos, as fibras do tecido subcutâneo passam a não ser
visualizadas, além de aumentarem sua espessura, observando-se múltiplas imagens anecoicas tubulares
que, por serem interligados, resultam numa dissociação dos lóbulos adiposos.
Pode, ainda, haver uma coleção líquida anecoica ou hipoecoica, com ecos em seu interior, permeados
nos lóbulos de gordura da hipoderme.
Esclerose do subcutâneo com involução fibrótica
Num estágio avançado (crônico), os lóbulos adiposos são substituídos por fibras de colágeno e tecido
fibrótico, resultando na redução da espessura e aumento da sua ecogenicidade, que é um padrão fibroes-
clerótico. Nessa fase, o tecido fibrótico pode envolver, progressivamente, as paredes das veias superficiais,
levando a fibrose perivascular, um achado ultrassonográfico descrito como “sinal do anel branco”.
Na Figura 101, mostram-se as imagens ultrassonográficas de um quadro de lipodermatoesclerose.
O tratamento precoce é necessário para uma melhor resposta terapêutica, sendo a compressão do
membro acometido fundamental. Deve-se avaliar a pele cuidadosamente e cuidar das complicações, como
infecções fúngicas, celulite e ulcerações, prontamente. Drenagem linfática pode ser utilizada e o procedi-
mento cirúrgico é necessário apenas em casos específicos. É importante lembrar que diuréticos não têm
nenhuma ação nos linfedemas.
Figura 101. (A) (B) e (C) Ima-
gens ultrassonográficas no
Modo B e ao Doppler colorido
de insuficiência venosa crônica
num quadro de linfedema/li-
podermatoesclerose e eczema
subagudo na epiderme.
Fonte: Imagens cedidas pelo Dr.
Marco Andrey Cipriani Frade.
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