Page 237 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I
CORPOS ESTRANHOS
Corpos estranhos são definidos como qualquer material originário de fora do corpo. Eles podem ser
constituídos de qualquer material, como metais, vidros, plásticos ou materiais biológicos, como madeiras,
ovos e larvas de insetos. A penetração de corpos estranhos na pele é uma queixa comum nas emergências.
Aproximadamente 15% dos corpos estranhos ficam retidos. A população que mais é acometida é aquela com
história recente de trauma, crianças, diabéticos e aqueles com diminuição do sensório, como usuários de
drogas e álcool. As localizações mais acometidas são as extremidades, mãos, dedos e punhos (Figuras 102).
Alguns corpos estranhos são assintomáticos, outros facilmente identificados e removidos. Porém,
alguns podem ser de difícil detecção somente ao exame físico, ocasionando dor, abscessos, granulomas
crônicos e retardo na cicatrização. Quanto aos exames de imagem, a radiografia é o primeiro método a
ser utilizado, entretanto, muitos corpos estranhos são radiolucentes, como a madeira, não aparecendo na
radiografia, ou então são muito pequenos para serem detectados por outros métodos, como na tomografia
computadorizada ou ressonância magnética. Nesse contexto, a ultrassonografia com transdutores com fre-
quência maior ou igual a 7,5 MHz é uma ferramenta útil para a avaliação de corpos estranhos, pois é capaz
de detectar materiais radiolucentes. Outro benefício é que a ultrassonografia é de baixo custo em relação
a outros métodos, amplamente disponível e consegue ter uma sensibilidade de 95% na detecção de cor-
pos estranhos. Além disso, a ultrassonografia não utiliza radiação ionizante, podendo ser usada em todos
os pacientes, não tendo nenhuma contraindicação. Esse método também consegue fornecer informações
sobre localização, profundidade, tamanho, morfologia, relação com outras estruturas e, ainda, pode guiar a
remoção do corpo estranho.
Figura 102. Corpo estranho.
Fonte: arquivo pessoal das autoras.
(A) Imagem clínica. Observa-
-se, próximo à região do calcâ-
neo, lesão ulcerada com borda
queratótica.
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