Page 239 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I
Achados ultrassonográficos
Ao realizar um exame de ultrassonografia para detectar corpos estranhos, o transdutor deve ser co-
locado paralelo a área examinada para aumentar a reflexão das ondas e as chances de detectar o objeto.
Todos os corpos estranhos se manifestam ao ultrassom como imagens hiperecogênicas, porém, a presença
ou não de sombra acústica posterior vai depender do ângulo de insonação e do tipo de material (Tabela 3).
É possível detectar imagens hipoecoicas ao redor do corpo estranho, que podem representar acúmulo de
líquido, visto nos edemas, abscessos ou tecidos de granulação. A vascularização ao Color ou Power Doppler
é variável, sendo mais exuberante nos tecidos inflamados.
A detecção de um corpo estranho ao ultrassom pode ser dificultada dependendo da localização, como
na região interfalangiana, além de locais que contenham ar após o trauma, causando artefatos que atrapa-
lham a visualização, e de objetos mais profundos que 4 cm, ultrapassando as camadas da pele.
Material Características ultrassonográficas
Metal Imagem hiperecogênica com reverberação posterior.
Vidro Imagem hiperecogênica com reverberação posterior.
Imagem hiperecoica com sombra acústica posterior e reverberação re-
Madeira
lacionada à presença de gás.
Plástico Imagem hiperecogênica com reverberação posterior.
Pedras Imagem hiperecogênica com sombra acústica posterior.
Imagem hiperecogênica linear que pode apresentar sombra acústica
Ossos ou espinhas de peixe
posterior.
Larvas Imagem hiperecogênica que pode apresentar movimento.
Tabela 3. Correlação entre imagem ultrassonográfica e material do corpo estranho. (Adaptado de Carneiro e cols).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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