Page 321 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I
1. Infecção por via exógena: a infecção cutânea ocorre através de inoculação direta na pele.
a. Cancro tuberculoso: inoculação direta da micobactéria na pele do indivíduo não previamente
infectado.
• Maior frequência em crianças e jovens.
• 3 (três) a 4 (quatro) semanas após a inoculação, surge pápula ou nódulo inflamatório, que evolui
para úlcera crônica, sem tendência à cicatrização. Surge linfonodomegalia regional e fistulização,
formando abscesso frio.
• Histologia: inicialmente, infiltrado inflamatório agudo inespecífico. Posteriormente, esse infiltrado
assume aspecto de granuloma tuberculoide e podem ser vistos bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR).
b. Tuberculose verrucosa: forma verrucosa que acomete pacientes previamente sensibilizados pelo bacilo,
por meio de infecção exógena.
• A lesão inicial é uma pápula ou pústula no local de inoculação. Apresenta crescimento lento,
formando placas verrucosas com crescimento excêntrico, podendo ocorrer atrofia central.
• Ocorre, mais comumente, nas mãos e nos dedos das mãos.
• Histologia: hiperplasia epitelial com hiperqueratose e papilomatose, com infiltrado inflamatório com
células epitelioides e células gigantes na derme. Ocasionalmente, ocorrem granulomas tuberculoides
e, raramente, encontra-se BAAR.
c. Tuberculose luposa (lúpus vulgar): ocorre em indivíduos previamente sensibilizados, com reação
de hipersensibilidade retardada fortemente positiva à tuberculina.
• Raramente ocorre de forma endógena.
2. Infecção por via endógena: comprometimento cutâneo é secundário a uma disseminação
hematogênica ou por contiguidade.
a. Maioria dos casos de lúpus vulgar: geralmente, ocorre lesão pápulo-tuberosa, de evolução lenta ,
podendo formar placa. Mais comumente localizado na face, pode acometer as mucosas.
• Pode apresentar-se nas formas: em placas, hipertróficas, cicatriciais, ulcerosas, vegetantes e
tumoral (Figura 38).
• Histologia: granulomas tuberculoides na derme, com tendência a necrose caseosa central.
Raramente, encontra-se BAAR. A epiderme geralmente é atrófica, porém, pode ocorrer acantose
e hiperqueratose.
b. Escrofuloderma (Tb coliquativa): geralmente, resulta da propagação linfática de tuberculose
subjacente.
• É a forma mais comum no Brasil, ocorrendo principalmente em crianças e jovens.
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