Page 317 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
P. 317
SEÇÃO I
Técnica e dicas práticas:
Aprendizado e capacitação em hanseníase (curso do Ministério da Saúde – UNASUS), além do
conhecimento básico em ultrassom musculoesquelético, conhecimento básico de neuroanatomia dos
nervos periféricos e um bom atlas de anatomia humana para fácil acesso.
Sempre expandir a busca de nervos alterados, questionando ao paciente sobre territórios cutâneos
com alteração de sensibilidade tátil, térmica, dolorosa, proprioceptiva, anidrose, dentre outros. Hanseníase
é uma doença neurológica com manifestações, muitas vezes, discretas e inespecíficas; outras vezes, bizarras
e intensas.
Aparelhos de ultrassonografia equipados com transdutores lineares com frequência entre 3-9 MHz
devem ser utilizados para nervos um pouco mais profundos e no trauma, entre 4-16 MHz para nervos super-
ficiais. Transdutores de muito alta frequência (entre 17-23 MHz) avaliam com mais precisão ramos cutâneos
dos troncos neurais, caracterizando melhor o padrão fascicular e, principalmente, a presença de Doppler
endoneural e epineural. Na Figura 37 (A e B) identifica-se e se diagnostica o espessamento neural, porém,
a neurite não foi caracterizada ao Doppler; já nas demais (C a E) identifica-se a distensão hipoecoica focal
dos fascículos (padrão de desmielinização), Doppler endoneural e perineural, além do que foi detecado na
pele (perda da interpolação entre as camadas, aumento difuso da ecogenicidade e Doppler), caracterizando
uma paniculite.
Figura 37. Imagens ultrassono-
gráficas comparativas dos ner-
vos periféricos normais vistos
pela ecografia de baixa, alta e
muito alta resolução.
Fonte: arquivo pessoal dos autores.
Ramo cutâneo do musculocutâ-
neo no antebraço:
Bifurcação em outros dois ramos
cutâneos.
(A) Imagem ultrassonográ-
fia no corte transversal, com
transdutor de 12 MHz, sem
A
captação de Doppler.
317