Page 220 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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ULTRASSONOGRAFIA APLICADA À DERMATOLOGIA E À COSMIATRIA
A elastografia pode ser usada para avaliar se há rigidez muscular. Segundo Song et al., os músculos
de pacientes com dermatomiosite aguda apresentam-se mais rígidos em comparação ao grupo controle.
Meng et al. mostraram que há aumento da vascularização nos músculos afetados nas doenças de
curta duração.
A ecogenicidade muscular também pode ser usada para monitorar os efeitos do tratamento. Em
alguns estudos, a ecogenicidade permaneceu alta apesar da normalização das enzimas musculares, indi-
cando doença subclínica.
DERMATOMIOSITE JUVENIL
A dermatomiosite juvenil (DMJ) é uma doença autoimune caracterizada por vasculopatia sistêmica.
As principais manifestações da DMJ incluem fraqueza muscular proximal simétrica, elevação de enzimas
musculares séricas e lesões cutâneas, dentre as quais o heliotropo e as pápulas de Gottron, que são patog-
nomônicas. Dentre as miopatias inflamatórias da infância é a mais frequente, embora menos comum do
que em adultos.
Tem início antes dos 18 anos de idade e difere da doença do adulto pela maior incidência de
vasculopatia.
A ultrassonografia pode ser uma ferramenta útil no acompanhamento em DMJ, o que é vantajoso pela
facilidade de uso em crianças.
.
À avaliação ao ultrassom nota-se aumento da ecogenicidade do músculo Collison et al. mostra-
ram, em um estudo retrospectivo, que, após uma média de 10 anos após o início dos sintomas, pacientes
com DMJ ainda apresentavam ecogenicidade aumentada em pelo menos um grupo muscular, embora
tenham sido submetidos a tratamento e acreditassem estar em remissão, indicando possível fibrose
residual nesses grupos musculares.
Pode haver hiperecogenicidade muscular até cerca de 3 meses após o início do tratamento na DMJ,
enquanto a espessura muscular diminui no primeiro mês após o início do tratamento. Esse efeito, possivel-
mente, é consequente à redução do edema, o que ocasionaria uma redução na ecogenicidade.
A ecogenicidade muscular pode variar entre alta e baixa atividade da doença na DMJ.
ESCLERODERMIA (MORFEIA)
Morfeia é a forma localizada da esclerodermia, sendo uma doença inflamatória rara, autoimune,
do tecido conjuntivo, que se caracteriza por uma fibrose localizada, de etiologia indeterminada, que
se inicia com uma fase inflamatória e termina com uma fase atrófica, em geral hiperpigmentada.
Pode ter manifestações extracutâneas, que, em geral, correspondem às formas mais graves da
doença.
No mesmo paciente, pode haver lesões ativas e outras inativas e presença de atrofia clínica não
significa inatividade, podendo ser detectados sinais ultrassonográficos de atividade nessas lesões, além da
mesma placa poder exibir áreas ativas e inativas.
As alterações ultrassonográficas da morfeia não devem ser confundidas com alterações causadas
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