Page 399 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I








                     A cirurgia de Mohs é uma técnica cirúrgica que permite a avaliação de 100% das margens cirúrgicas.
               Após a retirada do tumor, as margens tumorais são mapeadas, congeladas e avaliadas microscopicamente,
               para garantir a retirada completa da neoplasia. Esse tipo de avaliação das margens cirúrgicas proporciona
               a essa técnica as melhores taxas de cura e os menores índices de recidiva nos tumores de pele.
                     O cirurgião de Mohs delimita as margens tumorais e realiza sua retirada, mapeando as margens,
               conforme esquema abaixo:




























                     Após a confecção das margens tumorais, os fragmentos são congelados e cortados no criostato cirúr-
               gico. Em seguida, são confeccionadas lâminas histológicas para avaliação microscópica.
                     A delimitação das margens tumorais é essencialmente clínica e, atualmente,  pode ser auxiliada pelo
               uso de outros recursos, como a dermatoscopia, a miscroscopia confocal e a ultrassonografia cutânea de alta

               frequência.
                     A dermatoscopia, apesar de ser um exame complementar de grande importância na prática der-
               matológica, não determina a profundidade da lesão tumoral e a eventual invasão de estruturas adjacen-
               tes. A ultrassonografia é um método de diagnóstico por imagem indolor e não radioativo, que se baseia
               na reflexão de ondas sonoras através do tecido. De acordo com a estrutura anatômica, vascularização
               e densidade, as ondas ultrassônicas são refletidas de volta ao transdutor, que as transforma em uma
               escala de cinza, observada no monitor.

                     Com o refinamento do exame ultrassonográfico cutâneo, é possível utilizá-lo como um recurso pré-
               -operatório importante, auxiliando não somente na delimitação das margens cirúrgicas iniciais na cirurgia
               micrográfica, mas, também, a avaliar a invasão de estruturas profundas, como tecido cartilaginoso, para
               melhor planejamento cirúrgico e reparador.






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