Page 66 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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ULTRASSONOGRAFIA APLICADA À DERMATOLOGIA E À COSMIATRIA
CISTO EPIDÉRMICO
Cistos epidérmicos são um tipo comum de cistos cutâneos benignos, que apresentam um reves-
timento epitelial capaz de produzir queratina. Anteriormente, eram chamados de cistos sebáceos, en-
tretanto essa nomenclatura é desencorajada, pois não há glândulas sebáceas na parede desses cistos.
Eles têm crescimento lento e são mais frequentes na idade adulta e em homens (Pushker, 2019). Podem
surgir em qualquer parte do corpo, sendo face, pescoço, região pré-auricular e região superior do tronco
os locais mais acometidos. Clinicamente, são massas que variam de poucos milímetros a centímetros
e pode haver um orifício de comunicação do cisto com a superfície da pele, preenchido por queratina,
que é denominado “punctum”. Geralmente, são lesões assintomáticas, mas podem ser dolorosas caso
apresentem processo inflamátorio.
Achados ultrassonográficos
Ao ultrassom, os cistos epidermoides são imagens ovais ou arredondadas, bem circunscritas,
com reforço acústico posterior, sem vascularização ao Doppler e um trajeto anecoico conectando o
cisto à superfície da pele (punctum) pode ser visto. A ecogenicidade do interior da lesão pode variar
de acordo com o preenchimento, podendo ser anecoica com debris ou apresentar áreas ecogênicas
com focos anecoicos filiformes, sugestivos de queratina e colesterol. Caso haja a ruptura do cisto, é
possível observar uma coleção hipoecoica ao redor do cisto, representando uma reação inflamatória
à queratina espalhada nos tecidos adjacentes (Figuras 3, 4, 5 e 6).
Figura 3. Cisto epidérmico.
Fonte: arquivo pessoal das autoras.
(A) Imagem do ultrassom de
alta frequência no Modo B
mostra lesão oval, heterogê-
nea, circunscrita, com reforço
acústico posterior.
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