Page 271 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I
O ultrassom de alta resolução (HRUS) pode avaliar a maioria dos nervos periféricos, superficiais e pro-
fundos e é uma técnica validada e com boa reprodutibilidade, permitindo o exame detalhado e preciso. O
HRUS na última década tem se tornado um método diagnóstico ímpar na avaliação dos nervos periféricos,
possibilitando serem avaliados os espessamentos focal e difuso, assim como as alterações ecotexturais e
padrões fasciculares nas variadas neuropatias. Essas podem ser quantificadas objetivamente pela medida
da área seccional transversa (CSA) do nervo. O aumento da CSA do nervo envolvido permite uma localização
precisa nas neuropatias compressivas e nos tumores neurais.
Anatomia e ecoanatomia dos nervos periféricos
Os nervos periféricos são constituídos por axônios mantidos juntos por um fino endoneuro (camada
interna), agrupados em fascículos cobertos pelo perineuro e reunidos no nervo, que é circundado pelo
epineuro (camada externa). As imagens ecográficas mostram os nervos como estruturas hipoecoicas com
padrão fascicular fino. No eixo longitudinal, aparece como algumas estruturas tubulares hipoecoicas en-
tremeadas por linhas hiperecoicas e revestida externamente por uma linha hiperecoica (padrão em cabo
ou corda). No eixo transversal, apresenta-se arredondado ou ovalado, com múltiplas imagens hipoecoicas
arredondadas (fascículos neurais) no interior, localizadas em um fundo hiperecoico (epineuro + perineuro),
aparência esta descrita como “favos de mel” ou fascicular conjuntivo (Figura 16).
Fascicles Epineurium Figura 16. Representação es-
Fiber Small blood vessels
quemática do nervo periférico
normal vista pelo ultrassom de
Perineurium alta resolução e suas estrutu-
ras morfológicas com o padrão
“honeycomb”.
Fonte: arquivo pessoal dos autores.
Endoneurium
(A) Representação esquemática.
A
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