Page 121 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
P. 121

SEÇÃO I




               Crianças com múltiplos HIs devem ser rastreados para hemangiomas hepáticos (hhs) multifocais ou difusos.
                     Podem ser classificados, quanto à sua distribuição, em focal, multifocal, segmentar, indeterminado ou
               quanto à camada da pele acometida. Quando  restrito à derme é classificado em superficial; se está na hi-
               poderme e/ou  numa camada mais profunda é denominado profundo ou, se houver acometimento da derme
               superficial e hipoderme profunda,  misto.
                     Quando as lesões cutâneas são maiores, podem estar associadas a outras anomalias vasculares, in-
               cluindo a Síndrome de PHACE (acrônimo usado para descrever a associação de malformações da fossa ce-
               rebral posterior, hemangiomas faciais extensos, anomalias anatômicas das artérias cerebrais, coarctação da
               aorta e outras anomalias cardíacas e anomalias oculares) e Síndrome de LUMBAR (hemangioma corporal

               inferior, anomalias anorretais, urogenitais, arteriais e renais, miopia e deformidades ósseas).


                     Achados ultrassonográficos
                     As manifestações clínicas e ultrassonográficas variam de acordo com a fase da lesão:


                     Fase proliferativa (Figura 1)
                     •  Clinicamente, comporta-se como uma lesão sólida, compressível e com sinais de hiperfluxo, exu-

                        berante dos 2 aos 3 meses de vida e que adquirem tamanho máximo entre 12 e 24 meses.
                     •  Ao ultrassom, observamos uma estrutura sólida, hipoecogênica, de contornos mal definidos e com
                        efeito de massa. É importante relatar a camada acometida pelo hemangioma e sua espessura.
                     •  Ao estudo com Doppler, há uma vascularização exuberante. A análise da curva espectral mostra
                        vasos arteriais e venosos e, por vezes, fístulas arteriovenosas.


                     Fase involutiva parcial (Figuras 2 e 3)
                     •  Clinicamente, observamos uma mudança na coloração que vai do vermelho vivo para tons acin-
                        zentados e as lesões involuem em cerca de 10% ao ano.

                     •  Ao ultrassom, apresentam-se como uma estrutura sólida, heterogênea, de contornos mal defini-
                        dos, com efeito de massa. Ao Color Doppler mostram um padrão misto, com áreas hiper e hipo-
                        vascularizadas.


                     Fase involutiva total
                     •  Clinicamente, há apenas a sequela do tumor, que pode se comportar como atrofia ou retração,
                        áreas de discromia ou com telangiectasia.

                     •  Ao ultrassom, observamos uma estrutura mal definida, hipo ou avascular. De um modo geral, a
                        camada subcutânea encontra-se hiperecogênica e, eventualmente, vemos afilamento da der-
                        me e lipodistrofia hipodérmica hipertrófica. O aspecto dessa fase varia com o tipo do trata-
                        mento da lesão, como, por exemplo, quando tratadas com corticoide, que tendem a apresentar
                        mais sinais de atrofia.



                                                                                                               121
   116   117   118   119   120   121   122   123   124   125   126