Page 120 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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ULTRASSONOGRAFIA APLICADA À DERMATOLOGIA E À COSMIATRIA




            As anomalias vasculares mais comuns, em ordem de apresentação, incluem hemangiomas, malfor-
       mações linfáticas, malformações capilares, malformações venosas e malformações arteriovenosas.
            A importância dos métodos de imagem no auxílio diagnóstico, acompanhamento e avaliação do tra-
       tamento dessas patologias é bem estabelecida. A ultrassonografia com estudo com Doppler é um exame
       fundamental  não só por ser, frequentemente, o exame de escolha inicial como, a depender do tipo de ano-
       malia, muito relevante no raciocínio diagnóstico, no acompanhamento evolutivo e na avaliação do sucesso
       do tratamento.
            Assim, é imperativo o entendimento dos padrões no Modo B e ao Doppler que são relevantes nes-
       sas avaliações. Neste capítulo, também dividido em “tumores vasculares” e “malformações vasculares”,

       são valorizados tanto os aspectos clínicos quanto as características ecográficas sugestivas das principais
       anomalias vasculares.
            De forma geral, recomenda-se que tanto o registro de imagens quanto o relatório incluam a avaliação
       mínima do aspecto tumoral ou de vasos malformados, a presença ou ausência de efeito de massa, planos
       acometidos, dimensões das lesões, presença de fluxo ao Doppler (que podem variar ao longo da lesão),
       caracterização do espectro ou espectros ao Doppler e, nos casos pertinentes, a descrição das artérias nutri-
       doras e das veias principais de drenagem.

            Apesar do desafio que representam, temos na ultrassonografia um aliado importante e esperamos,
       com isso, estimular sua leitura.


            TUMORES VASCULARES
            Os tumores vasculares são caracterizados por proliferação tecidual e podem ser classificados
       em lesões benignas, localmente agressivas/boderline ou malignas. Em seus artigos de 1982, Mulliken
       e Glowaki estabeleceram um sistema de classificação binária, com base na histopatologia, que foi
       adotado pela International Society for the Study.


            TUMORES BENIGNOS



            Hemangioma infantil (HI).
            Os hemangiomas infantis benignos (HI) são compostos de proliferação tecidual verdadeira e são os
       tumores vasculares mais comuns.  Apresentam-se  após o nascimento, normalmente entre 2 semanas e 2
       meses de vida, inicialmente passando por uma rápida proliferação, fase ativa, no primeiro ano de vida e
       depois, regredindo durante a infância. Trata-se de uma proliferação endotelial benigna de células positivas

       para transportador de glicose 1 (GLUT-1).
            As lesões, frequentemente, envolvem a pele da cabeça, pescoço, tronco e extremidades, mas podem
       surgir em estruturas mais profundas, como a glândula parótida e o fígado. O HI simples possui uma aparên-
       cia típica e a ultrassonografia com Doppler colorido evita a radiação ionizante e a necessidade de sedação
       e, portanto, a modalidade de exame de imagem de escolha. A tomografia computadorizada e a ressonância
       magnética são reservadas para a caracterização de envolvimento profundo ou extenso do hemangioma.


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