Page 135 - Ultrassonografia Aplicada à Dermatologia e à Cosmiatria - Uma Abordagem Clinica e Ecográfica
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SEÇÃO I
Achados ultrassonográficos
O auxílio da ultrassonografia no diagnóstico precoce das malformações é de fundamental importância ,
visto que as condutas terapêuticas são diferentes, de acordo com as distintas classificações já mencionadas.
Ao contrário dos hemangiomas, as malformações não apresentam aspecto de massa e, sim, de vasos tubu-
liformes, tortuosos ou áreas císticas. Ao estudo com Doppler, este só é detectado se > 2 cm/s.
Malformações venosas: apresentam-se como um conglomerado de veias displásicas compressíveis, tubu-
lares, sendo hipoecogênicas (em 82% dos casos), hiperecogênicas (10%) ou isoecogênicas (8%). Podem ser ob-
servados flebólitos após várias tromboflebites e que se localizam em qualquer camada tecidual. Ao estudo com
Doppler, o fluxo pode ser monofásico (78%), bifásico (6%) ou ausência de fluxo (16%) ,no caso de trombose.
Malformações linfáticas: apresentam-se como cistos de paredes finas e conteúdo anecogênico ou hipo-
ecogênico. Caso haja sangramento ou infecção bacteriana, podem ser hiperecogênicos. Observem-se macro-
cistos (> 2,0 cm), microcistos (< 2,0 cm) ou mistos, frequentemente sem fluxo contínuo ao Doppler, sendo que
as formas macrocísticas podem se apresentar como estruturas císticas multiloculadas, anecoicas/hipoecoicas,
com reforço acústico posterior. Já as microcísticas podem ser hipoecoicas, devido à pequena dimensão dos
cistos, que são entremeados por septos (Figura 5).
Malformações capilares: são lesões hipoecoicas restritas à derme que, raramente, apresentam fluxo ao
Doppler, ou , ainda, podem não demonstrar alterações ultrassonográficas. A ultrassonografia pode ser usada para
diferenciá-las de outras malformações vasculares.
Malformações arteriovenosas: são lesões de alto fluxo, apresentando vasos dilatados com curva espectral
com alto pico sistólico e veias de drenagem com fluxo arterializado. Quanto maiores as suas dimensões, maior
a dificuldade em localizar o shunt arteriovenoso, que é chamado de nidus e, também, de diferenciar as artérias
nutridoras das veias de drenagem (Figura 6).
Figura 5. Fonte: arquivo pessoal
das autoras.
(A) Imagem clínica: placa eri-
temato-violácea formada por
máculas e pápulas morifor-
mes, mal delimitadas, de apro-
ximadamente 20 cm, localiza-
da na face anterior da coxa.
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